O que são a esquizofrenia e as psicoses?
A esquizofrenia é uma forma grave de psicose, caracterizada por distorções do pensamento, perceção e comportamento, que afetam o funcionamento nas relações, no trabalho e na vida diária. O termo “psicose” refere‑se a um estado mental onde a pessoa perde parcialmente o contacto com a realidade, podendo incluir delírios (crenças falsas firmes) e alucinações (perceções sensoriais sem estímulo externo).
Delírios e alucinações: o que são e como aparecem
Delírios
São crenças falsas, mantidas apesar de evidências contrárias, como acreditar que está a ser perseguido ou que possui poderes especiais.
Alucinações
Referem‑se à perceção de coisas (sons, vozes, imagens, cheiros) sem estímulos externos reais. O mais comum são vozes que comentam ou conversa com o próprio indivíduo.
Início precoce e fatores de risco
A esquizofrenia pode surgir frequentemente no início da idade adulta, tipicamente entre os 18 e os 30 anos, embora possa acontecer em adolescentes e mais tarde.
Factores de risco incluem: história familiar de psicose, uso de substâncias (especialmente canábis), eventos stressantes, complicações obstétricas ou privação de sono grave.
Como se faz o diagnóstico?
O diagnóstico baseia‑se numa avaliação clínica detalhada feita por um psiquiatra, que inclui a presença de sintomas psicóticos (delírios, alucinações, discurso e pensamento desorganizado, comportamento desorganizado), sintomas negativos ( abulia, apatia, embotamento afetivo) e alterações do eu (pensamentos nao sao seus, pode ter influencia externa) por pelo menos 1 mes. Deve ser excluída a presença de substâncias ou condições médicas que possam justificar o quadro.
Tratamento da esquizofrenia e outras psicoses
Medicação antipsicótica
São a pedra‑angular do tratamento: incluem antipsicóticos típicos ou atípicos, ajustados individualmente, com monitorização de efeitos secundários.
Terapia psicossocial
‑ Psicoeducação para a pessoa e família
‑ Terapia cognitivo‑comportamental para psicose
‑ Reabilitação psicossocial e apoio à reintegração laboral/educativa
Estilo de vida e acompanhamento contínuo
Cumprimento do tratamento, evita‑se o uso de drogas recreativas, mantém‑se rotina regular, sono de qualidade e apoio terapêutico contínuo.
Suporte à família e rede de apoio
A família desempenha um papel central no percurso de uma pessoa com esquizofrenia. O suporte inclui:
‑ Informar‑se sobre a doença e aprender a reconhecer sinais de recaída.
‑ Manter comunicação aberta e estratégia de crise (quem contactar, plano de ação).
‑ Participar em grupos de apoio ou serviços de família que ajudam a reduzir stress, culpa e burnout.
Quando procurar ajuda urgente?
Se houver:
‑ Sintomas psicóticos agudos (voz a mandar fazer algo, alucinações fortes);
‑ Automutilação ou comportamentos de risco grave;
‑ Insónia severa ou agitação que não cede;
‑ Perda de contacto com a realidade ou crise grave na família.
Conclusão
A esquizofrenia e as psicoses não têm de definir o futuro de quem as enfrenta. Com diagnóstico precoce, tratamento adequado, suporte contínuo e envolvimento familiar, é possível viver com funcionalidade, esperança e qualidade de vida.