O que é o HPV
O HPV (Vírus do Papiloma Humano) é um grupo de vírus que infeta a pele e as mucosas do corpo. Existem dezenas de tipos diferentes.
Alguns tipos de HPV afetam a pele comum (causando verrugas), enquanto outros afetam mucosas genitais, anais, orais ou da garganta.
Quando atinge a zona genital ou mucosas, o HPV torna-se uma das infeções sexualmente transmissíveis mais comuns.
Como se transmite o HPV
O HPV transmite-se principalmente pelo contacto íntimo pele com pele, durante sexo vaginal, anal ou oral, não sendo necessário existir penetração para ocorrer a transmissão.
Também o contacto genital direto pode ser suficiente para transmitir o vírus.
O risco é maior em quem tem múltiplos parceiros sexuais ou relações sem proteção.
Porque é importante saber que o HPV é comum e muitas vezes silencioso
Na maioria dos casos, o HPV não causa sintomas visíveis.
Frequentemente, o sistema imunitário elimina o vírus naturalmente em meses ou poucos anos.
No entanto, em alguns casos a infeção persiste, especialmente com tipos de HPV de alto risco, podendo provocar alterações nas células e, eventualmente, evoluir para cancro genital, anal ou oral.
Diferenças entre homens e mulheres na infeção por HPV
Embora o HPV possa afetar qualquer pessoa sexualmente ativa, existem algumas diferenças importantes entre os sexos:
Mulheres
- Maior risco de cancro do colo do útero, um dos cancros mais associados ao HPV de alto risco.
- A infeção pode também estar associada a cancros da vulva, vagina, ânus e garganta.
- Existem programas de rastreio (como o Papanicolau e teste HPV) que permitem detetar alterações precoces no colo do útero.
- A vacinação é frequentemente oferecida a raparigas entre os 9 e 14 anos, mas é também recomendada até aos 26 anos (ou mais, em alguns casos).
Homens
- Embora menos visado em campanhas de rastreio, o HPV pode causar verrugas genitais, cancro do pénis, ânus e garganta.
- Homens que têm sexo com homens têm maior risco de infeções persistentes e cancros anais.
- A vacinação também é eficaz e recomendada para rapazes e homens adultos, especialmente em populações de risco.
Sintomas e manifestações do HPV
Verrugas genitais (condilomas)
Alguns tipos de HPV causam verrugas na zona genital, anal ou nos órgãos sexuais.
Estas verrugas podem ter aspeto de pequenas protuberâncias ou lesões tipo “couve-flor”, e podem aparecer semanas ou meses após a infeção.
Também podem surgir lesões na boca ou garganta após contacto oral.
Lesões pré-cancerosas silenciosas
Os tipos de HPV de alto risco não provocam sintomas visíveis.
Podem causar alterações celulares apenas detetadas por exames médicos, como o teste de Papanicolau ou teste HPV.
A ausência de sintomas não significa ausência de risco.
Diagnóstico do HPV
- Exame clínico: em caso de verrugas visíveis.
- Testes de rastreio: para identificar alterações celulares ou infeções assintomáticas, especialmente em programas de rastreio ginecológico.
Tratamento e limites
Não existe um tratamento que elimine o vírus por completo.
As lesões (como verrugas) podem ser tratadas com crioterapia, remoção cirúrgica ou outros métodos.
Lesões pré-cancerosas exigem vigilância médica e, em alguns casos, tratamento específico.
Muitas infeções desaparecem naturalmente, mas a persistência do vírus pode ter consequências graves.
Prevenção do HPV
- Vacinação: protege contra os tipos mais comuns de HPV associados a verrugas genitais e cancro.
- Uso de preservativo: reduz, mas não elimina totalmente, o risco de transmissão.
- Rastreios regulares: importantes para detetar alterações antes que evoluam.
- Aconselhamento e educação sexual: ajudam a prevenir a infeção.
Quando deve considerar rastreio ou consulta?
Considere falar com um profissional de saúde se:
- Teve relações sexuais desprotegidas
- Tem múltiplos parceiros sexuais
- Apareceram lesões genitais ou verrugas
- Tem histórico de alterações no teste de Papanicolau
- Quer vacinar-se ou obter aconselhamento
O HPV é uma infeção muito comum, muitas vezes silenciosa.
Embora nem sempre traga consequências, alguns tipos do vírus podem causar lesões graves e até cancro.
A vacinação, o rastreio e o acompanhamento médico são essenciais para prevenir complicações. Leia mais sobre quais os melhores momentos para rastrear o IST’s aqui.